quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Golpe baixo - a vulnerabilidade das mulheres ante uma antiga paixão

Ao contrário da maioria das mães que não apoiam suas filhas com seus respectivos namorados,  minha - além de não fazê-lo, tem o dom de plantar sementinhas do mal em mim.

Hum... sei não se esse seu namorado argentino te ama tanto assim. Amor a gente percebe nas pequenas coisas. Veja sua viagem ao Brasil por exemplo, homem que ama não deixa sua namorada viajar sozinha... 



Tento explicar que meu namorado estuda Veterinária, curso muito difícil e que demanda muito estudo e que eu entendo quando ele não pode me acompanhar. carrera fácil. Por eso, no siempre puede acompañarme. 

Rapaz bom moço não deixa sua namorada viajar so-zi-nha, principalmente se ele sabe que ela tem fobia de aviões...


Sua desconfiança sobre minhas decisões não está relacionada apenas aos temas sentimentais. Ela acha que foi uma péssima escolha o fato de ter estudado Comunicação Social - que para ela, é curso para comunista, homossexual, vagabundo e maconheiro. Claro, o fato de morar em Buenos Aires faz parte das minhas rebeldias bizarras. 

Só você mesmo para morar em um lugar onde seu salário vale a metade aqui no Brasil.



Não demorou muito  para que sua nova preocupação estivesse enfocada na minha solteirice. Para ela, é um tremendo absurdo estar chegar aos 30 anos sem uma aliança de casamento, morar com o namorado que não trabalha e só estuda. Então, todas as vezes que viajo para visitá-la, espero sem resultado um sentimento de piedade para comigo. Prova do que digo foi a última reuniãozinha que fizemos na casa dela com os meus amigos, pouco antes de retornar à Argentina. Como fazia um tempão que não nos víamoss, saltaram diversos assuntos, incluindo o casamento de fulana ou beltrano. "A Mariana teve uma menina", " o Matias já comprou o apartamento dele e se casa no próximo ano".
Como se esperasse o melhor momento para anunciar uma notícia bomba, minha mãe com a xícara de chá na mão falou claro e pausadamente:


Meninos, a Michele não voltará para a Argentina.



Como assim manhê? Que história é essa?



 A revelação me deixou atorduada. Mal podia pensar, tamanho era os gritos dos meus amigos de "viva!" 


Você não vai voltar porque tenho um ótimo pretexto para você ficar. 



Manhê, posso saber que pretexto é esse?



Silêncio. 
A danada conseguiu a atenção das 12 pessoas que sustentavam suas tacinhas de chá nas mãos. 


O motivo se chama Marcelo. Marcelo Henrique Júnior.


Flash back...Marcelo Henrique foi o primeiro grande amor sério que tive aos 18 anos. Na verdade, era um baita de amor platônico que durou 3 anos e que nunca deu em nada. Primero porque ele nunca se interessou por mim e segundo, graças à implicância da minha mãe que considerava o rapaz um vagabundo e mal elemento (por ter cabelos longos).



Mãe! Oque você está inventando desta vez? O Marcelo está nos Estados Unidos!



 Estava. Semana passada encontrei com a mãe dele no MSN e trocamos telefone. Depois ele pessoalmente me telefonou, perguntando quando você viria ao Brasil, porque ele queria te ver. Olha que estive olhando o Orkut dele e te digo que está bem lindão. Está alto, forte, estiloso e cortou aquele cabelo. Filha, ele é piloto da TAM! E ficou super entusiasmado quando falei que você gostava dele...


Ficou? Jura? Ai ai ai, escutaram meninas, lindão, forte, alto, lindão, é piloto! Nossa, lembro de como ele era lindo. Agora então...O que mais ele disse? O que ele falou quando contou que eu gostava dele? Conta manhê, não enrola!


Minhas amigas, que conheciam a odisseia "Marcelo Henrique" sabiam que o golpe baixo da minha mãe surtiria efeito. Poxa, estive 3 anos interessada no cara! Enquanto nos perguntávamos que roupa usaria no grande encontro, meu irmão grita "Miiiiiiiiii, Luis no telefone".                     

Alguns segundos de silêncio e o plano da minha mãezinha foi por água abaixo.


Mãezinha, você sabe que eu te amo, né?!

domingo, 5 de setembro de 2010

Quando descobri que não sou uma mulher normal

Não faz muito tempo que descobri a minha anormalidade. Para ser exata, isso ocorreu há 5 minutos, mais precisamente na mesa de um café onde estou sentada neste momento.


Por exemplo aqui, nesta mesa de café estilo parisiense, cheio de gente velha sem o que fazer num domingo à tarde. Não é normal que eu, uma jovem de 30 anos, gaste meu tempo tomando café mocca - sendo que eu detesto café. Justo ao meu lado está um demonstrador recheado de bolos e tortas de chocolate, merengues, doces de todos os tipos e texturas. Olho para eles e sinto nojo. Odeio chocolate e seus derivados e tenho um forte repúdio pelo açúcar. Isso é comum?


Me incomoda o fato de não descarregar a minha ira - fruto da TPM, em uma caixa de bombons ou juntar um grupo de amigas num fim de semana para fazer tortas de limão. Sinceramente, prefiro descarregar a tensão numa mesa de bar, sozinha, escrevendo qualquer estupidez. Ou, assistir a filmes que me botam pra refletir sobre a miséria humana, e sendo mais estravagante, permanecer sentada na mesa de um café, para gastar dinheiro em uma bebida que não consumo.


Confesso que me dá inveja o grupo de meninas eufóricas que entram no local dando gritinhos histéricos só porque vão comer um imenso pedaço de chocolate maciço. Como também invejo as mulheres que sonham com o seu casamento, seu príncipe encantado e aniversário de 15 anos da filha, mesmo que tudo isso seja tão blasé.


É minha gente, descobri que gostaria de ser uma baita mulherzinha convencional. Isso sim é ser feliz!





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