Para ser sincera eu não tenho a fórmula da felicidade e se tivesse, certamente estaria enchendo o bolso de grana com ela. Sendo assim, me dou a liberdade de achar que em momentos de grande dificuldade na vida não serve para nada ser a vítima. No meu caso, ou melhor, no caso de uma amiga (juro que é uma amiga e não é imaginária), ela passou anos lamentando o fato do namorado não querer se casar, de ele não querer dividir um espaço juntos, enfim, de ele não querer ter os mesmos projetos que os dela. Foram anos entre rupturas e muito desgaste, até ela perceber que mostrar esse lado demasiado flexível de sua parte diminuía a sua autoestima, não solucionando absolutamente nada dos seus problemas, levando-a a uma crise pessoal muito maior.
Um dia, ela estava aos soluços no banheiro da empresa e aquilo me gerou uma raiva tão grande que comecei a ler técnicas de lavagem cerebral na internet, para persuadi-la a deixar o tal homem. Mentira! Tudo o que fiz foi bater naquela porta, como boa intrometida que sou, e esperar que ela a abrisse, porque sequer amiga minha era. Ela abriu a porta e o coração e eu escutei tudinho o que ela tinha para falar. Resumindo a ópera, ela queria uma vida independente, ter sua casa, suas coisas, construir essa vidinha de conto de fadas junto com o namorado. Era tudo muito básico o que ela queria (é garotas, nós mulheres somos muito pobres de imaginação quando se trata do que desejamos de um homem). Com paciência japonesa herdada de meus ancestrais, fiz ela enxergar que aqueles eram projetos dela e não do namorado. E se aquele homem que ela escolheu não pudesse sequer compartilhar parte de seus projetos, então era o momento de buscar outro candidato. Não foi fácil e não é fácil pensar e agir assim tão friamente. Ela sofreu muito, teve outras novas recaídas, até finalmente perceber que ser a vítima não resolvia nada. Algumas semanas de isolamento fez com que ela compreendesse a crise em que vivia e a respeitar também qualquer decisão que tomasse.. Minha amiga, hoje ela é uma grande amiga, decidiu por um fim naquela relação de 4 longos anos e de refazer a sua vida. Sua missão a partir daquele instante foi a de escalar o buraco no qual havia caído.
Com esta história concluo, que nós mulheres gostamos de estender o nosso período de sofrimento sem sequer dar um tempo para entender o problema e solucioná-lo. Me pergunto será um capricho do sexo frágil? Não sei. Só sei que em momentos como este, quando tomamos a decisão de escalar o buraco no qual nos enfiamos ou que fomos enfiadas, é neste exato instante que decidimos o tipo de protagonista que seremos do nosso próprio drama: Maria do Bairro ou Paola Bracho.
A minha amiga decidiu ser a segunda personagem. Ela deu a volta por cima literalmente e hoje me enviou um e-mail contando que já estreou o seu novo apê e que está refeita para todas as boas coisas que estão por vir, inclusive para enterrar o filho da mãe que a fez sofrer tanto.
Viu mulherada, é possível sim superar as crises, e as de amor também! Muitas felicidades pra você Euge, muitas felicidades para todas as mulheres guerreiras que amam, sofrem e que não têm medo de cair no buraco e sair dele quantas vezes forem necessárias. Felicidade a nós mulheres que adoramos um bom dramalhão mexicano...
Viu mulherada, é possível sim superar as crises, e as de amor também! Muitas felicidades pra você Euge, muitas felicidades para todas as mulheres guerreiras que amam, sofrem e que não têm medo de cair no buraco e sair dele quantas vezes forem necessárias. Felicidade a nós mulheres que adoramos um bom dramalhão mexicano...